sexta-feira, 20 de julho de 2012

Férias de verão


Gente,


Parc de la Gatineau
Que eu não queria estás férias forçadas, não é segredo para ninguém na francização e nem no meu círculo de amizades, mas apesar da minha resistência não teve jeito, estou de férias, está questão de férias de verão é algo cultural aqui, é quase um sacrilégio você não aceitá-la e aproveitá-la, é a época das colheitas, das piscinas abertas, do camping (se você disser que não ama isso para um canadense é capaz dele parar de falar com você!). Em síntese, procurei para todo lado um curso de francês de verão do governo, ou daqueles subsidiados para imigrantes, mas não achei nada, nadinha de nada =/. É verão, então praticamente você é obrigada a tirar férias, mesmo que não queira. Nas particulares até achei, mas não tem a menor condição de pagar 1000 dólares de curso por mês, sabendo que em setembro volto a francização e em vez de pagar até recebo por isso.

Então resolvi estudar em casa mesmo, para não perder o pouco de francês que adquiri neste último nível, enquanto espero o retorno das aulas em setembro. Pensei em trabalhar, mas o nível de francês ainda está dificultando isso, sem falar que a maioria das vagas mais simples, onde o francês não é tão exigido é para trabalhar de madrugada, e se eu disse que vinha para o Canadá em busca de qualidade de vida, trabalhar pela madrugada foge totalmente disso, não é ser metida ou nada parecido, é uma questão de saúde mesmo, já trabalhei em turnos de madrugada e isso desregulava totalmente meu relógio biológico, gerando insônia, mau-humor, desregulando ciclo, um horror que se posso evitar, evitarei. Pensei então, vou fazer benevolência, o povo foi super receptivo, nem estressaram com o francês e disseram que eu poderia começar o mais rápido possível só tinha que fazer um curso de uma semana, que adivinhem? Isso mesmo, só terá turma depois do verão. Oh, sina!

A torcida da volta ciclística 
Mas como bem dizia minha mãe: mente vazia é oficina do d......, e cabeça que não pensa padece. Assim, aceitei meu destino e disse que iria estudar em casa mesmo, tenho que ocupar a mente, e abstrair, mas vamos ser sinceras estudar em casa não é muito fácil não, pelo menos para mim, (tenho inveja daquelas pessoas autodidatas, que sozinha aprende qualquer coisa Oo... ), no meu caso bem que queria que fosse assim, mas não, eu preciso da figura do professor, da explicação mais detalhada, do controle e horário, que evita eu me perder no mar de pensamentos e distrações.

Na realidade acho que não sei mesmo é o que é ter férias, pois a muito tempo no Brasil esqueci este termo, desde que entrei na faculdade foi só trabalhar, estudar, trabalhar, estudar, <Pausa = casamento> uma semana de lua de mel, e volta a rotina trabalhar, estudar, trabalhar e estudar. Então eu nunca tinha tempo de ficar em casa, de bobeira, sem ter o que fazer, pois qualquer tempo livre era muito bem utilizado em atividades sociais ou familiares que ninguém é de ferro. E, de repente estou verdadeiramente de férias, com tempo livre, não algumas horas ou um final de semana, estou de férias mesmo, e isso me parece tão estranho agora, uma sensação de tempo perdido, sei lá. Diz uma amiga que devo tentar desacelerar, entrar em outro nível, viver à la québécoise.

Bom estou tentando, já fui na piscina, no parque, fizemos piquenique, arrumei casa, fomos em fazenda fazer colheita de frutinhas, passeei pela cidade, já andei tanto de bicicleta que mais um pouco posso pensar em entrar para a equipe québécois de ciclismo (EXAGERADA!), e quase tudo que o povo sugeriu. No final das contas, parei para conversar com o marido, e da conversar saiu a seguinte conclusão:

- Poder fazer tudo isso, e não se endividar até a próxima geração é parte da tão almejada qualidade de vida, sair sem maiores medos de ser assaltada ou morta no trânsito de bicicleta, ou seja poder sair de bicicleta já é ótimo, (pois em nossa cidade sempre tínhamos de sair em comboio para evitar roubos e também de sermos atropelados), poder ir a piscinas sem ser sócio de clubes caríssimos (ok, sinto falta dos garçons, mas tá ótimo!), ir aos parques, ter contato com a natureza, tudo isso é qualidade de vida, quantos parques tem em sua cidade? Na nossa tinha alguns, até muito bons em termos de infra-estrutura, mas a segurança era mínima, então nada de parque ou piquenique. Por fim, ele me fecha a conversa dizendo aproveite, não tenho o que fazer a não ser obedecer. =)

Mas uma coisa que tem me ajudado bastante a distrair também é escrever no blog, é uma ótima forma de distração e que me ajuda a não esquecer das coisas, tenho certeza que daqui a um tempo vou reler estes textos e rir muito. C'est la vie...



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6 comentários:

  1. Olá ! agente acostuma com a vida corrida e quando para é até estranho. Mas férias de verão É TUDO de bom , adoro sair e aproveitar as atividades culturais , shows , deitar ao sol no park , teve show de fogos ( foi lindo ) . E acampar , eu não gosto muito mas meu marido ama , então tive que aprender a gostar . Realmente cursos oferecidos pelo governo são poucos , como meu marido só fala inglês e sua familia/amigos tbm eu acabei relaxando no francês ... minha meta é estudar bastante e melhorar meu vocabulário , eu já sou seu oposto , adoro estudar sozinha ! achei alguns sites com pronuncias e textos se quiser te mando o link ! bom descanso ! aproveita o sol :)

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    1. Obrigado! Mande os sites sim, quem sabe eu me empolgo mais!
      O ser humano é complicado né, tá frio reclama que quer calor, ta calor reclama que quer frio... =)
      Bom verão e ótimo acampamento!(eu também não sou muito fã, mas o marido ainda está numa fase de empolgação com isso, principalmente porque tem amigos que ficam chamando direto, espero que seja uma fase e passe logo!)

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  2. Oie, se vc quiser continuar a estudar com os sites recomendados pelo governo, tenho uma dica do SIEL no post: Banque d’exercices de français!
    Beijoca! ;)

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  3. Desacelerar. Eis o que o Canadá vai me ensinar!
    Entendo como é, mas tem o lado maravilhoso, como seu marido falou! Aproveita!!! Depois pode fazer falta.

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    1. Sim, isso é verdade, temos que saber aproveitar esse modo de vida. O Brasil é outra velocidade, bem mais acelerado, aqui é bem mais calmo, tudo é mais devagar, quase tudo tem rendez-vous, agendamento com meses de antecedência em alguns casos, temos (pelo menos eu e marido), que muitas vezes ter muita paciência, pois ainda estamos acelerados, mas isso está mudando.
      Bom final de semana!

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